quarta-feira, 11 de junho de 2008

Reflexão "Das crises"

A título de reflexão, aconselho a leitura do artigo da Dr.ª Isabel Leal na revista “Caras” (semana de 07 de Junho) intitulado “Das crises”.
Sinceramente, creio que os jovens hoje “carregam a cruz” das crises! O que escrevo não é nada de novo, mas ainda assim existe a necessidade de o fazer. Vivemos numa sociedade em que existe excesso de mão-de-obra qualificada, nomeadamente licenciados, que no desespero de integrarem o mundo do trabalho, vão fazendo formações atrás de formações, pós-graduações e mestrados.
Apesar de termos hoje mais qualificações que os nossos pais, vivemos pior, entre trabalho precário e mal remunerado, com horários sobrecarregados.
No que respeita à minha profissão concretamente, acrescento ainda a falta de credibilidade que nos dão, e o quanto nos enxovalham, dando a entender que aquilo que fazemos e sabemos qualquer um faz e sabe! Existe um desrespeito generalizado que nos frustra.
Apesar desta conjectura, somos jovens adultos capazes e responsáveis, com aspirações e sonhos, com vontade de trabalhar a ajudar quem realmente precisa de nós. Não querendo ser pessimista, não vejo a curto prazo a tão desejada reviravolta… Ainda assim, não baixaremos os braços e continuaremos a lutar!
Porque temos esperança e acreditamos!
A maior das crises, no meu entender é talvez a crise de valores, que já ouço falar desde os tempos de liceu mas que, só agora com a distância que os anos permitem, entendo melhor. Estamos todos muito preocupados em “ter”, que nos esquecemos de viver…

Encontro sobre Educação Especial – Opinião

No passado sábado estive no Centro de Congressos de Lisboa para participar no encontro promovido pela Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) sobre Educação Especial, nomeadamente no contributo da CIF ou CIF-CJ para a Educação Inclusiva.
Este encontro ficou muito aquém das minhas expectativas (admito que eram altas), quer ao nível dos conteúdos ministrados, quer ao nível do funcionamento e organização do próprio encontro.
Para além do atraso inicial, que condicionou desde logo o tempo e a qualidade das intervenções, verifiquei que alguns dos intervenientes não conduziram a sua apresentação de acordo com o tempo previsto e outros tentaram, no curto espaço de tempo que lhes restava, dizer tudo aquilo a que se tinham proposto.
Pois assim decorreu o encontro, entre comunicações com apresentações e introduções longas, sem nada de novo para nos apresentar, e comunicações “a correr” sem possibilidade sequer de se assimilar e perceber a pertinência e objectivo do que se estava a apresentar.
Uma vez que estamos a falar da qualidade das intervenções, concluo desde já a minha opinião sobre o assunto: pouco ou nada de novo trouxeram!
Na esperança de aprender algo mais para além do conhecimento que detenho sobre o assunto, fruto de leituras e pesquisas, as comunicações pecaram quer em termos teóricos, quer em termos práticos.
Em termos teóricos por já ter referido que nos trouxeram “mais do mesmo” e, para além disso, pela incoerência entre os vários discursos apresentados, que começou logo pela falta de consenso na utilização do termo. Dependendo do orador, ora se falava em CIF, ora se falava em CIF-CJ; ora se afirmava que não era uma classificação, ora se dizia que a CIF era isto mesmo…
Sem a coerência necessária na parte teórica do assunto, a parte prática passou pela apresentação dos oradores estrangeiros da experiencia da aplicação da CIF nos seus países.
Não descurando a importância do contributo destas experiências, o que nós precisamos saber, julgo eu, é como e em que casos utilizar esta classificação, ou seja, verdadeiros exemplos práticos, aplicados à nossa população.
A tudo isto tenho ainda de acrescentar a falta de organização e funcionamento do próprio encontro. Começou com um atraso bastante considerável, a Srª Ministra não apareceu, não havia espaço para intervalo (num encontro com sessão de abertura do secretariado marcado para as 8:00h), o almoço foi uma hora depois do previsto, entre outros aspectos que creio não valer a pena referir sob pena de parecer demasiado “picuinhas”!
Como aspectos positivos assinalo a intervenção do Dr. Simeonsson e do Dr. Rodrigo e os materiais oferecidos.