sexta-feira, 9 de maio de 2008

A imagem como ferramenta educativa

Sendo evidente que nas últimas décadas a imagem viu reforçada a sua importância na sociedade tornando-se a forma de comunicação mais utilizada pelo ser humano, é também reconhecido que algumas das situações de ensino/aprendizagem mais valiosas surgem quando o professor utiliza a imagem na sala de aula. A explicação reside no facto de que para além de contribuir para o aperfeiçoamento de capacidades como o sentido crítico e autonomia (Calado, 1994; Chaves et al, 1993), a imagem tem, pelas suas qualidades, um impacto imediato junto dos discentes, tendo estes mais facilidade em recordarem informação recebida quando esta é associada a imagens (Drapeau, 1996; Duborgel, 1992).

Por outro lado, a utilização da imagem implica, a priori, uma aula com maior dinamismo e empenho por parte dos intervenientes (professor e alunos), pois a carga conotativa das imagens obriga a que a verdadeira comunicação aconteça, facilitando a co-presença de EMEREC’s . O professor altera o seu estatuto de único detentor do saber e orienta os alunos na gestão da informação.

Neste sentido o professor deixa de ser o que ensina e passa a ser um elemento mais intrínseco do processo de comunicação, o que vai no sentido dos novos paradigmas educacionais, de onde se destaca o construtivismo. Assim, torna-se necessário recorrer a formas de apresentar a informação mais de acordo com os interesses e motivações do estudante, de modo a transformar a aprendizagem numa actividade interessante e atraente, explorando as experiências individuais do aluno e as suas potencialidades criativas e imaginativas. A utilização dos suportes visuais é da maior importância já, que para além da função motivadora, estes são uma forma de tornar a história mais familiar e compreensível, pois uma fotografia, uma gravura, … são mais eficazes na criação de imagens claras de pessoas, acontecimentos, situações, do que uma palestra ou um texto, sem qualquer suporte icónico. (Moreira, 1999, p.48).

Neste sentido, a pedagogia da imagem é uma realidade a que o professor, qualquer que seja a área de ensino (Calado, 1994), não deve ficar alheio, porque através dela é possível transmitir um número quase ilimitado de informações sobre costumes, crenças, cerimónias, arte, etc.

O professor deve, sempre que necessário, recorrer a estes suportes, já que estes permitem diversificar as estratégias de ensino, despertam a curiosidade e sustentam o interesse do estudante.

É, no entanto, errado assumir que a presença da imagem na sala de aula tudo resolve. A sua incorrecta utilização e leitura pode ter um efeito negativo sobre o estudante, por isso o professor deve estar ciente das suas responsabilidades, ensinando o aluno a realizar uma leitura correcta da imagem (Moderno, 1992), programando a instrução em função do seu desenvolvimento cognitivo e das suas características e auxiliando-o na utilização de conceitos já adquiridos em novas situações.

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